terça-feira, 30 de dezembro de 2014



cocriação, texto e dramaturgia 
Jorge Palinhos
cocriação e direção 
Ana Saltão
cocriação e interpretação 
Rui Oliveira
música original 
Hugo Osga
cenografia e marioneta 
Rui Oliveira
figurinos e adereços 
Patrícia Pedro Afonso
desenho de luz
Jorge Ramalho
fotografia
Susana Neves
coprodução 
Acaro/Contagiarte, TNSJ
dur. aprox.
1:00
M/12 anos


“Caixa três, bobina cinco” são as primeiras palavras que Samuel Beckett coloca na boca de Krapp. Sozinho, derrotado pela memória e pela passagem do tempo, um homem “flébil, seco, mirrado” dialoga com a sua voz gravada há trinta anos, quando disse “adeus ao amor”. A Última Gravação de Krapp é um dos cumes do teatro essencial e cerimonial de Beckett, sendo por muitos considerada a sua obra mais autobiográfica. Atraídos pela sua deriva memorialista, o dramaturgo Jorge Palinhos, a encenadora Ana Saltão e o atorRui Oliveira partem desta peça, parafraseando-a, para construir um espetáculo de marionetas onde Beckett se reencontra com o seu passado, num jogo de reenvios entre obra e biografia, criador e criaturas. O grande marionetista Beckett é agora uma marioneta nas mãos de um visitante, ao mesmo tempo íntimo e desconhecido, que com ele convive e partilha memórias. Procura, no meio de recordações, citações e perguntas, investigar o sentido da obra de Beckett na relação com a vida do autor e com a vida dos espectadores e artistas que continuam a animar as palavras e personagens que o dramaturgo irlandês nos legou.